“Goiás é capaz de apresentar para o Brasil um projeto para romper o ciclo da pobreza”, afirmou o chefe do Executivo goiano. Durante encontro, governador também ofereceu suporte para atendimento às crianças Yanomami e comentou sobre pautas nacionais, como reforma tributária e ICMS
Ao levar os
projetos prioritários de Goiás para o governo federal, durante reunião do
presidente Luiz Inácio Lula da Silva com os 27 governadores e governadoras,
nesta sexta-feira (27/01), no Palácio do Planalto, em Brasília, o governador
Ronaldo Caiado avançou na pauta ao defender a união de todos os entes
federativos na missão de romper o ciclo da pobreza no Brasil. “Olha só o nosso
progresso na área social, o quanto Goiás já produziu de resultados. Somos
capazes de apresentar ao Brasil um projeto para romper o ciclo da pobreza.
Goiás hoje está preparado para isso”, ressaltou.
Caiado comentou que o presidente Lula sinalizou durante a reunião para vários projetos do governo federal na área social que poderão ser realizados em parceria com os estados. “Daqui a quatro anos, eu não quero estar comemorando o número de pessoas que estão incluídas em programas sociais, mas sim o número de pessoas que estão saindo dessa necessidade e dando espaço a outras que poderão entrar nessa inclusão. Esse é o motivo do meu segundo mandato”, reforçou o governador.
Uma das três
demandas elencadas por Goiás como prioritárias para receber o apoio do governo
federal, a implementação do projeto de fruticultura no Vão do Paraná visa
justamente a melhoria de vida de famílias na região mais vulnerável do Estado,
que é o Nordeste goiano, por meio de emprego e renda, passando por capacitação
profissional e outras ações conjuntas capazes de mudar o perfil econômico de
toda a região. “Uma região com microclima favorável e uma excelente oferta de
água, onde nós vamos fazer um sistema de irrigação semelhante ao de Pernambuco,
com a capacidade de assentamento de mais de quatro mil pessoas”, explica
Caiado.
O projeto de
fruticultura parte do favorecimento de cultivo irrigado, aproveitando o
potencial das barragens do Rio Paranã e do Ribeirão Porteira, que demanda
investimento de R$ 300 milhões do governo federal. Serão beneficiadas 4,5 mil
famílias, em 45 assentamentos, com kits irrigação e a construção de 3
agroindústrias de polpas de frutas em Flores de Goiás, Formosa e São João
D´Aliança.
BRT E
HOSPITAL
Outra
demanda levada pelo governador Ronaldo Caiado ao governo federal, a ampliação
do BRT de Santa Maria (DF) até Luziânia faz parte dos investimentos que visam a
melhoria de qualidade de vida em Goiás, sobretudo para a população do Entorno.
O BRT Luziânia prevê um investimento de R$ 420 milhões beneficiando cerca de
224 mil pessoas de Luziânia, Riacho Fundo, Cidade Ocidental e Valparaíso, que
diariamente se deslocam para o Distrito Federal, seja a trabalho, comércio ou
para utilizar serviços públicos de saúde e educação.
“É uma
injustiça com os goianos e os que moram Entorno. Até Santa Maria vai no BRT,
depois tem de enfrentar um engarrafamento enorme. Investir em mobilidade é
investir em inclusão social. Romper o com o ciclo da pobreza é nosso maior
objetivo e a Região Metropolitana do Entorno é uma das prioridades do governo”,
destaca o governador.
Na área de
saúde, a construção do hospital estadual do câncer em Goiânia será a grande
prioridade dessa segunda gestão de Caiado. “Será a maior estrutura de
tratamento de câncer de crianças. Só na primeira etapa são R$ 400 milhões. É
uma obra relevante, já que nós sabemos que, hoje, mais de 14 mil crianças
morrem no Brasil sem serem diagnosticadas ou tratadas”, afirmou. A unidade será
construída às margens da BR-153, em Goiânia.
SOCORRO AOS
YANOMAMIS
Na
entrevista coletiva após a reunião com Lula, Caiado anunciou que Goiás ofereceu
suporte ao governo federal na condução do atendimento médico-hospitalar ao povo
Yanomami, que sofre uma crise sanitária e humanitária. “Goiás não veio só
pedir. Goiás ofereceu, também, leitos de UTI para crianças Yanomami que tiverem
alguma dificuldade ou necessidade”, informou. “O Estado se coloca à disposição
para recebê-las”, sublinhou Caiado.
Goiás tem se
destacado nacionalmente no suporte a situações de emergência vividas por outras
entidades federativas. Em janeiro de 2021, por exemplo, a estrutura hospitalar
pública goiana recebeu pacientes com Covid-19 transferidos do Amazonas, em meio
ao colapso no período mais crítico da pandemia. Também enviou equipes do Corpo
de Bombeiros para auxiliar nas buscas por vítimas do rompimento de barragem em
Brumadinho (MG), em 2019, e após enchentes em Petrópolis (RJ), no ano passado.
ICMS E
REFORMA TRIBUTÁRIA
Governadores
também solicitaram ao governo federal uma política de compensação para a perda
na arrecadação de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS).
Segundo Caiado, a queda na arrecadação em Goiás foi de 39,2%, o que significa
aproximadamente R$ 5,5 bilhões por ano.
“Espero que
seja restituída aos Estados a condição de sobrevivência. Hoje a única fonte que
temos de arrecadação é o ICMS. Isso precisa ser recuperado. É um clamor que
ocorra um atendimento com relação às perdas que temos. O recurso vai fazer
falta para a saúde, para a educação e para o social”, comentou Caiado. Ele
informou que Lula escalou o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, para
acompanhar os governadores na condução do assunto junto ao Supremo Tribunal
Federal (STF).
Ainda na
audiência com o presidente da República também foi discutida uma reforma
tributária. Caiado explicou, durante entrevista, que o assunto voltará a ser
dialogado em outras reuniões – a primeira marcada para o dia 31 de janeiro,
“onde será constituída uma comissão”.
Fotos:
Cristiano Borges/Secretaria de Comunicação – Governo de Goiás
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