Procedimento bem-sucedido de implantação de prótese osteoancorada na unidade do Governo de Goiás vai mudar vida da menina de 10 anos que nasceu com má-formação na orelha direita.
A equipe do Centro Estadual de Reabilitação e Readaptação Dr. Henrique Santillo (Crer) realizou, no fim de julho, uma cirurgia de implantação de prótese osteoancorada, prótese auditiva de vibração óssea. O procedimento, inédito na instituição, foi realizado com sucesso. e a paciente continuará em acompanhamento pelos profissionais do hospital para realizar a adaptação ao aparelho auditivo.
A protagonista dessa história é a pequena Mariana
Venâncio de Castro, de 10 anos, nascida em Campos Belos, no Norte Goiano. Ela
nasceu com má-formação na orelhinha do lado direito, e desde os 3 meses de
idade, sua mãe, Eva de Castro Serrano, busca tratamento para a condição da
filha. Eva diz que não sabia do grau de surdez de Mariana e, após consultas
médicas, descobriu que a menina tinha perda parcial da audição e que o
direcionamento dos sons estava prejudicado.
Eva diz que sempre trabalhou para que Mariana estivesse preparada para os desafios na escola diante do preconceito que possivelmente enfrentaria. Ela iniciou a alfabetização de Mariana em casa, para que, quando iniciasse a vida escolar, a menina não ficasse inibida diante dos colegas, por ter dificuldade auditiva.
A clínica de reabilitação auditiva do Crer realizou
testes com três marcas de aparelhos auditivos, para verificar com qual
Mariana se adaptaria melhor. A criança seguirá sob os cuidados médicos e
multiprofissionais na unidade do Governo de Goiás e tem previsão de retorno
para acompanhamento e adaptação ao aparelho auditivo nos próximos meses.
"O dia que eu vim fazer o teste foi um dos dias de mais emoção na minha vida, e não podia deixar transparecer, para que ela não se assustasse. A Mariana colocou o aparelho e eu fiquei do ladinho dela, falando baixinho, e ela ficou assim: 'mamãe, tem que falar baixo. Cê tá falando muito alto'. Aí eu vi que o aparelho estava funcionando bem, porque ela ouvia tudo baixinho”, relata. “Eu não tenho palavras para o Crer. Eu sempre fui muito bem atendida e eu só tenho que agradecer", comemora Eva.
Sobre o procedimento, a médica otorrinolaringologista
Pauliana Lamounier e Silva Duarte explicou que essa é uma cirurgia realizada
pelo Sistema Único de Saúde aos pacientes que não têm condições de utilizar
aparelho auditivo externo. "Devido a uma má-formação de orelha, a paciente
não possui o pavilhão auditivo externo, que é uma estrutura da orelha externa
responsável pela condução do som. E como não tinha condições de usar aparelho
auditivo desse lado, há a recomendação de prótese inserida cirurgicamente”,
explica.
“Nós implantamos um pino no crânio e, após 30 dias,
será acoplada uma prótese, um processador de som. O som vai ser captado por
esse processador que, por vibração através deste pino instalado cirurgicamente,
vai ser transmitido até o ouvido interno. Assim, a paciente ouve normalmente
desse lado. Isto é, desde que ela tenha a parte interna do ouvido normal",
acrescenta a médica Pauliana Duarte.
Matriz
de cuidado
O diretor técnico de reabilitação do Crer, Ciro Bruno
Silveira Costa, explica que a unidade hospitalar é um centro de reabilitação de
alta complexidade referenciado pelo Ministério da Saúde e obtém uma estrutura
para cuidar de quaisquer perdas auditivas. "O Crer empreendeu iniciativas
que resultaram no Serviço de Otorrinolaringologia e Reabilitação Auditiva que
temos hoje, completo e de altíssima tecnologia. Este avanço simboliza o papel
que a gestão pública de qualidade tem em entregar saúde de qualidade para a
população", explica o diretor.
"O Crer oferece todo o tratamento que o paciente
precisa na área de otorrinolaringologia e na subespecialidade de otologia
(cirurgia de ouvido). Nós temos aqui no hospital o que há de mais inovador em termos
de reabilitação auditiva. Nós oferecemos o aparelho auditivo, nós reabilitamos
com essas próteses de vibração, nós realizamos o implante coclear para bebês
que nascem totalmente surdos. Então, poder oferecer reabilitação auditiva para
crianças em idade escolar, como a Mariana, para que elas possam crescer e se
desenvolver como as demais crianças, nos deixa muito felizes", diz ainda a
médica Pauliana.
Ela ressalta que a reabilitação auditiva faz diferença
na vida da pessoa surda e ensurdecida. E afirma que é importante fazer o teste
da orelhinha (exame de emissões otoacústicas evocadas), que é um exame
realizado em recém-nascidos, no qual é possível identificar alguma alteração
auditiva na criança. Pauliana ressalta que, a partir desse diagnóstico, a criança
deve ser referenciada para um centro especializado, como o Crer, para que se
realizem as intervenções necessárias.
Foto: Mayara Varalho/Agir
Fonte: SES/Agir - Governo de Goiás.
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