sábado, 1 de abril de 2017

PRODUTORES IRRIGANTES BUSCAM APOIO JUNTO ÁS AUTORIDADES PARA EVITAR CAOS NA REGIÃO DO VALE DO ARAGUAIA

Uma audiência com o governador Marconi Perillo no Palácio Pedro Ludovico Teixeira, com numerosa comitiva composta por produtores irrigantes que integram a APROVA SUSTENTÁVEL - Associação dos Produtores do Vale do Araguaia, com o apoio do senador Wilder Morais, e de dez prefeitos da Região do Vale do Araguaia: Wilson Santos (Jussara), Zélia Camelo de Oliveira (Itapirapuã), José Elias (Aragarças), Cícero da Bebedouro (Montes Claros de Goiás), Lia (Santa Fé de Goiás), Marconi Pimenta (Britânia), Cláudia Valéria (Matrinchã), Hermano de Carvalho (Aruanã), Afrânio (Fazenda Nova), Sebastião Sabino (Novo Brasil). Também presentes na audiência o presidente da FAEG José Mário Schreiner, os deputados estaduais Virmondes Cruvinel, Hélio de Sousa, Marquinho Palmerston, o presidente do TCM Joaquim Alves de Castro Neto.

Os produtores buscam a regulamentação da irrigação na Região do Vale do Araguaia, e maior celeridade na análise e conclusão dos pedidos de licenças ambientais nos órgãos responsáveis.

A REGIÃO À MARCHA-RÉ

Mais de 1.200.000 sacas de feijão deixarão de serem produzidas na safra que já estaria em curso, o que provoca a demissão de quase 600 famílias.  Mais de 70 pivots estão embargados afetando toda região que deixará de produzir alimentos e receitas para os Municípios e para o Estado. Um retrocesso no desenvolvimento, com prejuízos para toda uma cadeia agregada, que movimenta números fantásticos com comércio desde combustível, fretes, autopeças, oficinas, insumos, e principalmente, mão-de-obra.

O terror com a criminalização dos produtores assusta, e atinge vários municípios como Jussara e Santa Fé de Goiás, mas a varredura feita por órgãos ambientais chega ao Município de Montes claros de Goiás e deverá se alastrar por todo o Vale do Araguaia.

“Esta região envolve também Mato Grosso além de Goiás. O Rio Araguaia, que é uma das principais bacias hidrográficas do Brasil, corta os dois Estados, e a sua preservação é interesse dos produtores rurais, legítimos representantes de gente que trabalha e agrega valor a região do Vale, é a manifestação pura de quem só deseja condições de produzir, respeitando nosso bioma”.

ENCAMINHAMENTO

Como desdobramento da audiência com o governador, a comitiva se dividiu em dois grupos, um se reuniu com Vilmar Rocha, Secretário de Estado de Infraestrutura, Cidades, Assuntos Metropolitanos, Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Secima) e o outro com Dr. Benedito Torres, procurador geral de justiça. Outro encontro, já a noite, com o governador Marconi Perillo juntamente com o Senador Wilder Morais e produtores irrigantes. Nessa série de conversações começou a delinear uma solução para o caso.

Em reunião com o secretário Vilmar Rocha, foi apresentada a possibilidade de abertura a um Termo de Ajustamento de Conduta/TAC que permita que as culturas em andamento, mas com processos ambientais em análise ou protocolados na SECIMA, possam prosseguir sem embargos. Foi agendada para segunda-feira uma reunião com o secretário e técnicos na tentativa de um acordo para todas plantarem com um mínimo de segurança quanto a embargos.  

ESTUDOS MOSTRAM QUE A IRRIGAÇÃO PROMOVE RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS PELA PECUÁRIA EXTENSIVA

Estudos mostram “para além dos aspectos de produtividade e dos ganhos ambientais, que a irrigação na região do vale do Araguaia elevou a qualidade de vida para patamares nunca vistos antes através da melhoria dos aspectos econômicos e sociais por meio do emprego direto de mais de 500 famílias, aumento do PIB (Produto Interno Bruto) da região, melhoria dos salários, maior empregabilidade, melhoria da estrutura dos municípios pelo aumento da arrecadação, dentre outros.

A sucessão da antiga atividade de pecuária extensiva, de baixo rendimento, pautada em poucas unidades animais por hectare e pastagens degradadas, para a agricultura irrigada sustentável na região, trouxe diversos ganhos ambientais advindos, dentre outros, do uso de técnicas de conservação do solo pela cobertura vegetal durante todo o ano pela prática do sistema de plantio direto, maior infiltração de água no solo pelas acumulações em barragens e pela própria irrigação, favorecendo o abastecimento do lençol freático e perenização de cursos hídricos até então intermitentes, além da patente regularização ambiental pela qual toda a região passa atualmente, com vistas a reparar antigas práticas advindas do histórico de ocupação da região, por meio da realização de recuperação de áreas degradadas, melhor ordenamento do uso e ocupação do solo, desenvolvimento de atividades de conscientização e educação ambiental, dentre outras.

Nos aspectos econômico-sociais a atividade de produção de alimentos na região impacta diretamente no incremento da renda dos municípios, aumento do PIB da região - Jussara, por exemplo, aumentou em 1,62 vezes o PIB per capta de 2010 para 2014 - melhorias dos salários, maior empregabilidade, melhoria da estrutura dos municípios pelo aumento da arrecadação, dentre outros.

A Associação dos Produtores do Vale do Araguaia de Agricultura Sustentável, Aprova-AS tem desenvolvido várias ações em parceria com prefeituras da região, a exemplo do plantio de mudas, construção de viveiro. Propõe-se a realização de parcerias com o Ministério Público do Estado de Goiás através do projeto Ser Natureza e com a SECIMA por meio do programa Araguaia + Limpo, além de apoio aos Comitês de Bacias Hidrográficas com vistas à melhoria da qualidade ambiental e incremento da gestão participativa das águas em toda a bacia hidrográfica do rio Araguaia, permitindo o desenvolvimento de fato sustentável na região nas bases ambientais, sociais e econômicas”. 

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