Saúde estadual investe na orientação e capacitação de profissionais para auxílio a pessoas com sinais de sofrimento mental intenso
O Governo de Goiás, por meio da Secretaria de Estado da Saúde (SES-GO), lança neste mês a campanha Setembro Amarelo de conscientização sobre a importância da prevenção do suicídio. A iniciativa, que neste ano tem como slogan “É preciso Saber, Falar e Agir para Prevenir”, tem como objetivo convidar a população goiana para exercitar o “ouvir”. As unidades estaduais de saúde realizam a capacitação dos profissionais, com orientações sobre o que fazer em caso de identificação da pessoa com sinais de sofrimento mental intenso e, ainda, garantir acesso da população à Rede de Atenção Psicossocial disponível nos diversos municípios goianos. O dia 10 de setembro é marcado pelo Dia Mundial de Prevenção do Suicídio.
VEJA ENTREVISTA:
A situação requer atenção e conscientização sobre o tema,
conforme afirma Nathália Santos, gerente de Saúde Mental da SES. “Todos devemos
atuar ativamente na conscientização sobre a prevenção do suicídio e na
valorização da vida. É fundamental falarmos sobre isso para que pessoas em
momentos difíceis busquem ajuda e entendam que viver sempre é a melhor
escolha”. Ela ressalta que quem considera acabar com a própria vida pode ter uma
visão distorcida da realidade. “Essas pessoas frequentemente pensam na morte e
não conseguem ver outras alternativas para enfrentar suas dificuldades”.
Além disso, a rede estadual de saúde oferece pontos de apoio
para que essas pessoas possam buscar auxílio profissional. Os pontos incluem
Unidades Básicas de Saúde (UBS), Pronto Atendimento (UPA) e Centros de Atenção
Psicossocial (CAPS). “Lembre-se: essas pessoas serão acolhidas e terão acesso
ao tratamento adequado. Os pensamentos suicidas não escolhem idade, gênero ou
classe social”, reitera Nathália. Os interessados contam ainda com a escuta
emergencial do Centro de Valorização da Vida (CVV), no número 188, com ligação
gratuita. Em caso de risco iminente, o Corpo de Bombeiros ou a Polícia Militar
devem ser acionados, através dos telefones 193 ou 190.
APOIO
Buscar informações para ajudar quem está sofrendo é uma ação
crucial no combate a esse grave problema. É essencial que familiares, amigos e
colegas reconheçam sinais e ofereçam apoio através de uma escuta ativa e
empática, sem julgamentos. Além disso, existem profissionais capacitados
disponíveis nos serviços da Rede de Atenção Psicossocial (Raps). “Se você se
sente triste, sozinho ou sem esperança, saiba que não está só. Se tiver
pensamentos sobre desistir de viver ou vontade de desaparecer, existe uma rede
de profissionais (e voluntários) prontos para ouvir com atenção”, reforça a
gerente.
Alguns sinais são comuns em pessoas que estejam enfrentando
a situação e podem ser percebidos por amigos e familiares próximos. Atitudes
como isolamento e distanciamento da família e amigos; falas que remetam à falta
de sentido da vida; e mudanças no comportamento e desempenho em ambientes de
trabalho ou de estudos são características frequentes e merecem atenção.
DADOS
Entre 2011 e 2022, as taxas de mortalidade por suicídio no
Brasil aumentaram 6% ao ano, especialmente entre os jovens. Durante esse
período, as notificações de autolesões na faixa etária de 10 a 24 anos
cresceram anualmente em 29%, superando o aumento na população geral, que foi de
3,7% ao ano para suicídio e 21% para autolesão. Esses dados foram publicados
este ano no periódico The Lancet Regional Health – Americas, baseado em quase 1
milhão de registros do DATASUS.
Fotos: Iron Braz
Secretaria de Estado da Saúde – Governo de Goiás
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