Decisão foi aprovada em reunião da Comissão Intergestores Bipartite (CIB), realizada nesta quinta-feira (16/09). Medida é adotada para corrigir distorção que dificulta acesso de pacientes do interior às unidades estaduais localizadas na capital. Uma comissão vai garantir transição para que não ocorra desassistência. “Vamos dar um salto de qualidade”, destaca secretário de Estado da Saúde, Ismael Alexandrino.
A gestão e a regulação das unidades da rede estadual
localizadas em Goiânia serão transferidas da Secretaria Municipal de Saúde da
capital (SMS) para o Governo de Goiás, por meio da Secretaria de Estado da
Saúde (SES-GO). A decisão foi aprovada em reunião histórica da Comissão
Intergestores Bipartite (CIB), realizada nesta quinta-feira (16/09).
A medida vai garantir um acesso equânime, universal e integral pelo Sistema Único de Saúde (SUS) no território goiano.
Como o custeio dos serviços de saúde é compartilhado entre
os três entes - federal, estadual e municipal -, o entendimento do colegiado
foi o de que o acesso deve ser igualitário.
Com a pactuação, a SES-GO terá a gestão e a regulação de sua
rede voltada para todas cidades de Goiás, sem a intermediação da regulação de
Goiânia.
“Hoje, Estado e municípios estão corrigindo uma distorção
histórica do SUS em Goiás. Antes, a medida tratava de maneira desigual o
cidadão do interior no acesso aos hospitais estaduais. Enfim, a gestão estadual
fará a regulação de sua rede hospitalar”, destacou o secretário de Estado da
Saúde, Ismael Alexandrino.
“Agora, vamos dar um salto de qualidade. Já Goiânia, como uma capital que tanto cresce, poderá focar melhor na atenção primária e no atendimento pré-hospitalar, que é sua atribuição”, reforçou o titular da SES-GO. Durante o processo de transição, o compromisso será o de que a população não fique desassistida em nenhum momento.
CONSENSO
O Conselho de Secretarias Municipais de Saúde de Goiás
(Cosems), que representa os 246 municípios goianos na CIB, acatou o pedido do
Estado. As discussões sobre o tema perduraram há anos sem resolutividade, o que
dificultava o acesso das cidades do interior goianos aos hospitais de
referência.
“Defendemos que os mais de 7 milhões de goianos sejam
tratados de maneira igual na hora de conseguirem um exame, consulta ou outro
procedimento especializado nos hospitais estaduais, e não por município de
origem”, explicou Verônica Savatin Wottrich, presidente do Cosems-GO e
secretária de saúde de Chapadão do Céu.
Entre as reclamações dos gestores municipais que subsidiaram a tomada de decisão, a mais comum foi a de que a capital vinha, muitas vezes, restringindo o acesso aos serviços prestados pelas unidades estaduais. A alegação era que as cidades não possuíam saldo disponível, o que na prática significa que pacientes tinham exames e outros procedimentos negados mesmo com serviço disponível nas unidades do Estado reguladas por Goiânia.
MATURIDADE E TRANSPARÊNCIA
O secretário estadual de Saúde, Ismael Alexandrino, destacou
a maturidade dos gestores e profissionais do Sistema Único de Saúde neste
momento, que segundo ele, será levado a cabo com a maior transparência
possível. “Essa pactuação, que é uma medida estruturante do SUS, terá efeito
positivo na assistência. Vamos conduzir de forma transparente, proporcionando
acesso unicamente por critérios de gravidade clínica dos casos, sem questões de
saldo ou pactuações”, pontuou.
A partir desse novo cenário, o Estado passará a receber os recursos referentes aos hospitais estaduais diretamente do Ministério da Saúde, sem passar pela SMS Goiânia. Assim, a prestação de contas da verba utilizada será mais objetiva sem a necessidade do uso de um instrumento chamado de Protocolo de Cooperação entre Entes Públicos (PCEP).
UNIDADES
Na lista dos locais que serão regulados pelo Estado estão
inclusos o Hospital de Urgências de Goiás Dr. Valdemiro Cruz (Hugo); Hospital
Estadual de Urgências Governador Otávio Lage de Siqueira (Hugol); Hospital
Estadual Materno Infantil Dr. Jurandir do Nascimento (HMI); Hospital Estadual e
Maternidade Nossa Senhora de Lourdes (HEMNSL); Hospital Estadual Dr. Alberto
Rassi (HGG); e o Hospital Estadual de Doenças Tropicais Dr. Anuar Auad (HDT);
Também passam para a regulação estadual o Centro de Atenção
Prolongada e Casa de Apoio Condomínio Solidariedade (Ceap-Sol); o Hospital
Estadual de Dermatologia Sanitária – Colônia Santa Marta (HDS); a Central
Estadual de Odontologia Sebastião Alves Ribeiro (COEG); o Centro Estadual de
Referência em Medicina Integrativa e Complementar (Cremic); e o Centro Estadual
de Reabilitação e Readaptação Dr. Henrique Santillo (Crer).
Foto: Sebastião Nogueira
Secretaria de Estado da Saúde - Governo de Goiás
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