Governador critica invasões de propriedades rurais, reforça necessidade de investigação e apresenta ações de geração de emprego e renda aos agricultores pobres no Estado. Comissão aprova visita ao projeto de irrigação do Vão do Paranã
O governador Ronaldo Caiado participou como convidado, na tarde desta quinta-feira (31/05), da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga as invasões do Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra (MST), na Câmara dos Deputados, em Brasília. Referência histórica na defesa dos produtores rurais, o governador, que estava acompanhado da primeira-dama Gracinha Caiado, compartilhou as experiências de êxito do estado de Goiás no combate à criminalidade no campo e convidou a Comissão a visitar o projeto de irrigação do Vão do Paranã, no nordeste goiano.
O governador criticou os movimentos que se intitulam
“defensores dos pobres” e destacou as ações adotadas para emancipar os
assentados no estado. “Defensor de pobre é quem usa a estrutura de governo para
dar dignidade, educação de qualidade, segurança, condições sociais para eles
poderem viver e ter salário digno. Eu comemoro em Goiás não é o número de
pessoas que estão dentro dos programas sociais, comemoro o número de famílias
que tiro da linha de pobreza e as coloco na linha de produção de renda”,
afirmou.
Ao final da sessão, o relator da CPI, Ricardo Salles,
confirmou que a Comissão visitará o projeto de irrigação de fruticulturas do
Vão do Paranã, em Flores de Goiás. O projeto oferece condições para que os
agricultores possam produzir e conquistar a própria renda. “Nós faremos a
diligência para ver de perto a realidade desse assentamento”, afirmou Salles
após decisão do presidente da CPI, coronel Zucco.
O governador lembrou ainda que Goiás tem 405 assentamentos,
totalizando 24 mil famílias, a maioria em condição de vulnerabilidade. “No
momento em que cheguei ao governo nós fizemos um convênio com a Ambev para
comprar a produção dos assentados. Esse é o sentimento, o princípio maior de
levar dignidade, oportunidade, emprego, dar às pessoas aquilo que elas
precisam”, completou.
SEM INVASÕES
Referência nacional em segurança pública, o estado de Goiás
não possui nenhuma invasão de terra. O êxito nas políticas de combate à
criminalidade no campo foi um dos principais motivos que levou o deputado
federal Gustavo Gayer a apresentar o requerimento para que a CPI ouvisse o
governador. O parlamentar agradeceu a contribuição, após o encerramento da
sessão. “Caiado deu uma aula”, elogiou.
O governador explicou aos membros da Comissão que o Governo
de Goiás criou um sistema de georreferenciamento de todas as propriedades
rurais do estado. Com a tecnologia aliada à qualificação da Patrulha Rural da
Polícia Militar de Goiás, todas as invasões no estado foram desmobilizadas em
menos de 48 horas. “Hoje, o produtor rural, o assentado, o pequeno produtor,
ele pode dormir, morar na propriedade dele. Antigamente ele era obrigado a ir
pra cidade mais próxima porque não tinha coragem de ficar lá. Hoje temos
tranquilidade em Goiás”, concluiu.
Levantamento da Secretaria de Segurança Pública mostra que
Goiás registrou, entre janeiro de 2022 e maio deste ano, 51 invasões de
propriedade particular, sendo 10 propriedades rurais em 2022 e outras 10 neste
ano. De forma pacífica, mais de 400 pessoas foram retiradas dos locais
invadidos e não há ocupações em curso.
CLIMA QUENTE
Durante os questionamentos dos parlamentares ao governador,
o clima na CPI esquentou, com discussões entre deputados da base do governo e
da oposição, além de interrupções nas respostas de Caiado. Diante da
permanência dos embates e sem condições de continuar o diálogo, o presidente da
CPI decidiu encerrar a sessão.
O relator Ricardo Salles agradeceu a contribuição do
governador para a evolução das investigações da CPI. “Ficamos grato, o senhor
deslocar dos seus afazeres para trazer não só sua experiência como produtor
rural, médico, fundador da UDR, um grande governador do Estado, deputado
federal, senador, enfim, com uma história ligada à produção agropecuária no
Brasil, à defesa da democracia, da propriedade privada e da produção”, concluiu
o relator.
Fotos: Hegon Corrêa/Secretaria de Comunicação – Governo de
Goiás
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