Evento, que deve reunir mais de 2 mil pessoas, celebra o fruto mais tradicional do estado com apresentações culturais e comida típica
A quarta edição da Festa do Pequi da Ceasa Goiás, que acontecerá na próxima na quarta-feira, dia 23, das 9h às 14h, no entreposto de Goiânia, exatamente no dia instituído Dia Estadual do Pequi, pela lei 22.229. Além da programação tradicional, haverá ainda a inauguração da reconstrução da malha asfáltica do entreposto, revitalização do Mercado Não Permanente, a Pedra 2, e da portaria de empresa. Um dos destaques da festa será a produção da maior panela de arroz com pequi do mundo, sendo que já às 5h terá inicio o preparo, que poderá ser acompanhado de perto pelos mais curiosos.
O evento será realizado em tendas montadas ao lado do Mercado do Produtor (Pedra 1), no entreposto da Ceasa/GO, localizado na BR-153, Km 5,5, Jardim Guanabara. A celebração acontece já na temporada do pequi na Ceasa/GO, que começa em setembro e segue até março, e que tem como objetivo ressaltar o fato do entreposto de Goiânia ser o que mais recebe e comercializa pequi no Brasil.
Quando foi realizada a 1ª Festa do Pequi da Centrais em 2021, o pequi vivia um momento de disputa nacional, quando parlamentares federais mineiros reivindicavam para a cidade de Montes Claros, o título de capital nacional do pequi. Pesquisas realizadas pela Ceasa/GO, na época, deram conta de números que vieram de encontro a essa realidade: Goiás vende praticamente todo o pequi extraído no País.
A festa acontece em tendas montadas ao lado do mercado do Produtor da Ceasa/GO, mais conhecido como Pedra 1. Uma das novidades desta quarta edição é o preparo da maior panela de pequi do mundo, o que deve ser uma atração à parte. Serão utilizados nada menos que 50 sacas de pequi, 300 quilos de carne e a mesma quantidade de arroz. A receita leva ainda 20 quilos de sal, 10 quilos de caldo de carne em pó, 60 quilos de cebola, e 10 litros de pimenta. Será possível acompanhar todo o processo de cozimento e os participantes poderão ainda interagir com os cozinheiros
Já está sendo viabilizada também programação artística da festa que, nesse ano, levará para o palco os artistas amadores da Ceasa, além de manifestações tradicionais, como a folia de Reis Foliões Petrolina e Santa Rosa, Imigrantes para Belém, e a Banda do Corpo de Bombeiros de Goiás.
O presidente da Ceasa/GO, Manoel Castro de Arantes, afirma que a meta é realizar uma festa nos moldes das que aconteceram nos últimos anos e até mais movimentada, já que o evento tem despertado a atenção de visitantes de outros estados, principalmente depois de matéria vinculada em rede nacional pela Rede Globo em 2023, no programa É de Casa. Ele alega outro motivo: “Esse ano calhou de a festa acontecer certinho no dia 23, o Dia Estadual do Pequi”. O gestor comenta ainda que o evento marcará a inauguração de três obras importantes para a Ceasa: o recapeamento asfáltico, a climatização e pintura da Pedra 2, e a revitalização da portaria. “Será um momento muito festivo, já que o asfalto era uma antiga reivindicação dos trabalhadores, que agora podem movimentar suas mercadorias em vias mais lisas e livres de buracos, o que traz principalmente segurança para o entreposto”, completa Manoel.
Os números do pequi
Na Ceasa/GO o pequi é vendido no GNPC-2, a Pedra 2, e chega ao entreposto em caminhões vindos das zonas extratoras. A presença do fruto é tão marcante que, no tempo do pequi, o quantitativo do lixo produzido na Ceasa praticamente dobra, devido às cascas do fruto.
Vale lembrar que a quantidade de pequi vendido na Centrais é bem maior que o que se extrai no estado. No entreposto, o fruto começa a chegar em setembro. Dessa época até meados de outubro, as vendas são mantidas com o pequi goiano e tocantinense. Nesse período, dá entrada na companhia as cargas da produção goiana vindas do Norte Goiano, de cidades como Porangatu, Crixás e Santa Tereza. Com menos expressividade, o pequi matogrossense pode ser encontrado no mercado em meados do mês de novembro. Já o fruto mineiro chega em maior volume, e pode ser encontrado na Ceasa em dezembro e mantém a demanda até janeiro.
De acordo com levantamento realizado pela Divisão Técnica da Ceasa/GO, na safra 2022/2023, foram comercializadas na Ceasa/GO 6.414 toneladas de pequi, o que perfaz uma movimentação financeira na ordem de R$ 10,4 milhões. Já na safra 2024/2025, que se iniciou recentemente e segue até março de 2025, já entraram na empresa 1.174 toneladas, número considerado relevante, haja vista a seca e as queimadas que afetaram o país – em especial o cerrado – na estação seca. Na última temporada, em percentuais, de todo pequi que entrou na Ceasa/GO, 55% foi extraído em Goiás, 20% em Minas Gerais e 20,92% no Tocantins. O pequi matogrossense não chegou com expressividade na última safra.
Conhecedores de pequi conseguem identificar os tipos do fruto de cada região. E para falar um pouco sobre os dados, particularidades e a história do pequi na Ceasa Goiás, será montado, na festa, um espaço especial, onde o gerente da Divisão Técnica da Ceasa/GO, Josué Lopes Siqueira, estará tirando dúvidas sobre o papel do fruto, não só na empresa, mas em todos o estado. Também está prevista a presença de técnicos da Agência Goiana de Assistência Técnica, Extensão Rural e Pesquisa Agropecuária (Emater) para falar das pesquisas referentes ao pequi em Goiás.
Alguns pequis são menores e mais suculentos, como o pequi coletado na região da Cidade de Goiás, outros já são conhecidos como “filet mignon dos pequis”, que é, por exemplo, o que chega da região de São Miguel do Araguaia, maior, mais amarelo e rico em polpa. Porém, um dos pequis que chamou a atenção nas outras festas foi o pequi do Xingu. Isso porque o fruto impressiona pelo tamanho, podendo atingir, com casca, o tamanho de um abacate, com o caroço se equiparando a uma laranja pequena.
Servic
Fotos: Vasconcelos Neto
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