Iniciativa prevê pagamento anual de R$ 498 por hectare, valor que pode subir para R$ 664, caso inclua recuperação de nascente
Garantir incentivo econômico aos produtores rurais comprometidos com a preservação do meio ambiente. Com este objetivo, o Governo de Goiás, por meio da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad), lançou, nesta terça-feira (10/9), véspera do Dia Nacional do Cerrado, o edital do Cerrado em Pé — Programa Estadual de Pagamento por Serviços Ambientais (PSA). “É um passo muito importante. Estamos escrevendo como deve ser feita a proteção ambiental do Cerrado e também de outros biomas”, afirmou o governador Ronaldo Caiado, durante a solenidade realizada na Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg), em Goiânia.
“Ao sermos desafiados, precisamos superar nossas
dificuldades e mostrar o quanto somos eficientes não só para produzir, mas para
preservar”, disse Caiado, que esteve acompanhado no evento pela coordenadora do
Goiás Social, primeira-dama Gracinha Caiado.
“O nosso governo tem coragem de, dentro da casa do agro,
falar de meio ambiente. Temos altivez porque estamos trabalhando todos juntos”,
explicou a secretária de Meio Ambiente, Andrea Vulcanis. “Goiás foi o que mais
reduziu o desmatamento no Cerrado. Estamos produzindo sim, mas também
controlando o desmatamento ilegal, com muito esforço”, acrescentou ela. A
gestora ressaltou que, embora haja iniciativas semelhantes no país, nunca foram
implementadas de fato. “Ninguém paga serviço ambiental no Brasil”, lembrou.
“Pela primeira vez vejo algo acontecer no Brasil. Você ouve
falar em compensação ambiental, lei federal que vai monetizar o produtor rural,
mas nunca foi palpável”, celebrou o presidente do Sistema Faeg/Senar e
vice-presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), José
Mário Schreiner, que também exaltou a redução dos desmatamentos em Goiás.
“Vemos hoje os números de licença ambiental serem maiores do que o desmatamento
ilegal”, citou.
Em setembro de 2023, o governador assinou, com
representantes do setor produtivo, um pacto em que todos assumiam o compromisso
de acabar com a supressão de vegetação feita à margem da lei até o fim da
década.
CERRADO EM PÉ
Para se inscrever no PSA, o proprietário rural precisa ter no
mínimo dois hectares de área passível de supressão vegetal, ou seja, que eles
poderiam suprimir para usar para o plantio ou criação de gado ou outra
atividade econômica. O programa não contempla reservas legais ou áreas de
preservação permanente (APPs), que já são protegidas por lei.
A primeira fase do programa abrange os municípios de
Niquelândia, Minaçu, São João d’Aliança, Cavalcante, Monte Alegre, Alvorada do
Norte, Damianópolis, Mambaí e São Domingos. As inscrições para participar da
iniciativa vão de 1º de dezembro de 2024 a 15 de março de 2025. As regras estão
definidas em edital.
Têm prioridade no PSA pessoas em situação de vulnerabilidade
social, pequenos agricultores e mulheres. Até 30% dos recursos destinados ao
programa estão reservados para comunidades tradicionais, como os quilombolas,
que serão objeto de edital específico. O pagamento será feito em parcela única
anual, desde que a área continue sendo protegida.
Fotos: Wesley Costa e Romullo Carvalho
Secretaria de Comunicação - Governo de Goiás
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