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domingo, 5 de janeiro de 2014

A HISTÓRIA AGONIZA – COLÉGIO ESTADUAL SERÁ FECHADO EM JUSSARA

LIDERANÇAS E AUTORIDADES LOCAIS LIGADAS AO GOVERNO DE GOIÁS FAZEM SILÊNCIO ANTE À GRANDE PERDA PARA A COMUNIDADE JUSSARENSE.

Colégio Marechal Humberto de Alencar Castelo Branco, funciona há quase meio século no município de Jussara. A escola tem no seu alunado ao longo da história vultos importantes como médicos, advogados, engenheiros e diversos outros profissionais em atividade atualmente em todo o Brasil.

Banda do Colégio Castelo Branco
Mas o colégio agoniza seus dias finais quando, aparentemente cumpre todos os seus objetivos, com ensino de qualidade, e excelentes índices obtidos no IDEB. Os alunos da redondeza ficarão órfãos da escola histórica e terão de buscar vagas em outras instituições, como o Colégio Militar recém-inaugurado, que é pra onde serão levadas as suas matrículas.

ABRE ESCOLA, FECHA ESCOLA – SEIS POR MEIA DÚZIA?

A grande questão é que a construção da Escola Padrão Século XXI, transformada em Colégio Militar, deveria ter a previsão já de demanda própria para o seu funcionamento, o que parece não ser verdadeiro. Precisam “tomar” alunos de uma escola histórica e bem sucedida já em funcionamento, sem nenhuma preocupação com o alunado que terá de percorrer maior distância para o acesso e, menos ainda, com o valor histórico de uma das primeiras instituições de ensino de Jussara.

Todos concordam que seria coerente o funcionamento das duas instituições, ou seja, se constrói uma nova escola, mas sem fechar a já existente, ainda mais que estão localizadas em bairros distintos e distantes.


DOIS PESOS, DUAS MEDIDAS

A indignação de alguns setores da sociedade é a ausência dos ditos “salvadores da Pátria”, aqueles mesmos que se levantaram contra o projeto de lei votado na Câmara que incentiva a abertura de novas instituições de ensino superior, sob a alegação de que isto poderia prejudicar a Faculdade de Jussara, a FAJ. Foi o maior “blá-blá-blá”, um fuzuê danado. Mas agora fazem ouvidos moucos, não dão um pio sequer quando o Colégio Castelo Branco está sendo fechado. A história e o ensino de excelente qualidade, os seus alunos estão órfãos dos demagogos de plantão, aqueles que deveriam se socorrer do governo que se dizem representante no município e salvar Jussara da grande perda iminente do colégio.

Foi publicado nas redes sociais o “MANIFESTO DE UMA PROFESSORA AO POVO DE JUSSARA”, um clamor por socorro redigido e assinado pela professora Maria Teixeira De Azevedo. Até agora o único movimento em defesa da instituição.


"MANIFESTO DE UMA PROFESSORA AO POVO DE JUSSARA

Jussara/Go, aos 04 dias do mês de Janeiro de 2014
Tamanha é minha indignação ao saber que com anos de história, trabalhos educacionais prestados e realizados na comunidade jussarense e até mesmo em comunidades circunvizinhas, uma escola de tradição como o Colégio Estadual Marechal Humberto de Alencar Castelo Branco esteja passando pelo constrangimento do fechamento de suas portas após uma reforma geral no valor de R$100.000,00!

Uma escola com quase meio século de história, onde nela praticamente todos os nossos médicos, advogados, professores e outros profissionais deram inicio às suas formações educacionais esta prestes a deixar de existir. Tenho 60 anos de residência fixa na cidade de Jussara, cheguei aqui com 7 anos de idade vinda do Estado de São Paulo cursando já a 2ª série, fiquei privada por 7 anos seguidos de estudar devido à falta de escola em nosso pequeno povoado que estava se formando, senti muita falta dos estudos, chorava muito, pois queria ir para a escola! Somente em 1961 foi então inaugurada a primeira escola de Jussara, Escola Estadual Professor José Feliciano Ferreira atualmente Colégio Estadual Dr Brasil de Ramos Caiado e então pude dar continuidade aos meus estudos. Como me considero uma das pioneiras de Jussara e ainda menina vi todas as escolas de nossa comunidade nascerem, sinto-me triste e desolada por após 47 anos de trabalhos prestados como professora nesta Unidade Escolar ver que a mesma esta sendo obrigada a concluir seu ciclo de trabalho prematuramente, onde estão usando como desculpas ou pretextos “a falta de alunos” para que se inaugure uma nova escola. Onde já se viu uma escola que até 2013 contava com aproximadamente 320 alunos devidamente matriculados fechar as suas portas? Inclusive, nas ultimas avaliações do MEC e da Secretaria Estadual de Educação, O colégio Castelo Branco obteve umas das melhores notas conforme a placa do IDEB afixada nos portões da escola.

Deixo aqui meus esclarecimentos de que não sou contra a abertura de novas unidades escolares, aliás, é necessário que se invista em educação, pois somente com investimentos em educação de qualidade é que conseguiremos combater a criminalidade que se assola em nosso país! Agora convenhamos, é mais fácil investir no fechamento de uma escola e em seu prédio instalar delegacia de policia ou outros órgãos da administração pública como venho ouvindo dizer por ai? Ou seria mais conveniente manter a unidade escolar em pleno funcionamento para atender a demanda de alunos dos setores vizinhos à escola e ofertar aos moradores do setor onde a nova unidade escolar foi construída, a condição de manter seus filhos estudando próximos as suas residências? Alunos para atender o mercado não faltarão, pois a escola sempre obteve uma excelente procura. Nossas salas sempre contaram com uma grande quantidade de alunos às vezes até ultrapassando a média estabelecida para uma educação de qualidade que é de no máximo 30 alunos por sala, nossas instalações são de qualidade, nossos professores e demais profissionais de extrema competência. Portanto, o fechamento de suas portas não se justifica com a desculpa que vem sendo dada “a falta de alunos”. 

Nossos pais não estão satisfeitos, encontram-se preocupados com o destino escolar de seus filhos até mesmo pela travessia da BR 070 para irem à outra escola. Eles me veem na rua e me perguntam: “POR QUE TEIXEIRA NOSSA ESCOLA VAI FECHAR?” Eu, assim como eles, estou em busca desta resposta. Seria por capricho de alguns?

Meus amigos, eu não poderia deixar de apresentar a todos vocês a minha indignação quanto a esta medida. Muito mais eu teria a argumentar aqui em protesto a este absurdo, pois tudo que expus a vocês, afirmo com conhecimento de causa devido aos longos anos de experiência profissional. Não se fecha portas de unidades educacionais, ampliam-se estas para que não seja mais necessário gastar verbas altíssimas na construção de presídios.
Aos governantes Estaduais, peço que reavaliem esta medida e façamos a coisa certa. Há espaço para mais escolas na cidade e não se faz necessário acabar, apagar da história de crescimento, desenvolvimento e prosperidade de Jussara anos e anos de trabalhos prestados por uma Unidade Educacional que sempre se destacou em nossa comunidade.


Professora Maria Teixeira De Azevedo, funcionária pública Estadual, lotada no Colégio Marechal Humberto de Alencar Castelo Branco há 47 anos."

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